sábado, 6 de junho de 2015

OUTONOU-SE



E a alegria
Fez um voto de silêncio
Calou-se
Diante do templo
Recolheu-se
Escondeu-se
Dentro de si
Sem mais espelhos
Transformou-se
Sem interferências
Tocou-se
Acariciou
Própria face
Sentiu o sorriso
Triste
O silêncio
Profundo
Que desconhecia
Ouviu a própria voz
E ela era muda
Assumiu a surdez
Brindou o fim dos tempos
Sobrevoou invernos, infernos
Eras, ervas, perfumes, primaveras
E outros verões
Sua alma, outono.
Caiam folhas,
Máscaras,
Rosnou
Riu,
Não era alegria,
Era a beleza mais pura,
Era ela,
Sem adjetivos do nunca


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