terça-feira, 28 de novembro de 2017
Poesia: AVALANCHE
AVALANCHE
Meu bem...
Amor é inverno, é verão,
É primavera, outono,
Amor é vulcão....
É pra quem se perde,
É pra quem se acha,
É pra quem se arrisca
Amor é multidão,
Amor é solidão,
É como estar no palco
Sem saber o próximo ato,
É improvisação
O amor se joga,
Não perde tempo
Não mede esforço...
Melhor sentar na beira do mar
E passar a vida a sonhar
...Se você não quer amar...
Amor é como o rio quando se encontra no mar
Azul, salgado, doce
Sem medo de somar...
Sem medo de amar...
O amor é pra quem é forte,
É pra quem é corajoso,
Se você não tem coragem,
Não vêm,
Se você não é forte,
Não vêm
- Melina Guterres -
#PoesiacomMel #Poesia #Avalanche
Autoria e interpretação: Melina Guterres
Produção: Multiversos
Imagens: Marina Decourt
Preparação: Herberth Vital
Local: Mansão Café com Leite - São Paulo - SP
Ano: junho de 2017
quarta-feira, 4 de outubro de 2017
Vulcania
O vento sopra
Na janela da sala
O rádio toca música velha
na vitrola renovada
A Flor dorme ao lado
das minhas pernas cruzadas
O teclado corre nas veias
e me explora
me expõe
entrega
esquece
silencia
afaga
afoga
e voa com
o vento
que sopra
lá fora..
e dentro..
vulcania
segunda-feira, 26 de junho de 2017
vento norte
Dessa romaria,
uma oração
Nuvens e pedras
nos pés
descalços
desse mundo vasto
a criança
não aprendeu a se vestir
tampouco se proteger
enfrentou tempestades
se recusando a um guarda-chuva
tem o sorriso largo
para a o vento norte
faça chuva,
faça sol
vai sempre sobreviver
quarta-feira, 31 de maio de 2017
Nasce
Nascia no quarto
No velho diário
Nas páginas rosas
O primeiro de criança
A caneta de cor azul
Tinha coração na ponta,
Que batia no pulso feito
Tic-Tac,
Tinha som,
Som de caneta
que toca o papel,
A dúvida era dos "s" e "c"
Aprendia escrever
E de lá pra cá,
a alma só nasceu
em cada rima,
em cada linha,
em cada conclusão,
em cada dúvida,
estranhamento.
Não importa
a cor da alma
A palavra
sempre nasce,
terça-feira, 23 de maio de 2017
De pés descalços
Eis que na calada
Da madruga
Uma voz doce
Um toque gentil
Um anjo alado
Despertou em mim
O que de bom estava guardado
Vi cair velhos cacos
Latarias e ferrugens
Vi o ferro velho
Desmoronar
E por debaixo dele
Pude ver
Só havia luz
Ao sentir
Ao amar sem pensar
Não haviam soldados
Naquela clarera
Não havia guerra
Só desejo, entregas
Sem calos
Sem cadarços amarrados
Sem cobraça, sem fiasco,
Só afeto ali inventado
De tanto "sem"
Um caloroso abraço
Nenhum cofre
Conscientemente
Compraria
A luz que ali se fazia
Nenhuma alma latente
Nenhuma sobrevida
Nehuma aguardente
Nenhum medo
Nehuma fantasia
Estragava o presente
Que acontecia
Gentil
Sem cadarços
Descia
Abria a porta
Eu subia...
De pés descalços
domingo, 21 de maio de 2017
E agora José?
A bateria acabou
O carregador pra fora ficou
A luz não voltou
O povo dormiu
A vela apagou
O tablet estragou
O note pifou
O pc o técnico levou
O que vai ser do face e instagram?
Twitter e Youtube?
Blog, site, linkedin..
Já que a maresia a tudo levou
Vou deixar ela me levar
Cadê o azul do mar que oxalá
Mandou buscar?
Eu ei de me instalar
Entre as pétalas e as pedras
Do fundo do Amar
sábado, 20 de maio de 2017
Beijo amarrado
Meu caminho cruzou com teu
Num quadro bem pintado e outro devastado
Meu lábio tocou o teu
E a tempestade veio
Feito monumento
Não houve sol que vingasse
Exceto meu desejo
Amarrado ao teu
Feito cão e gato
E arame farpado
Doce ou amargo
Ah..Quem dera outro
Beijo teu
quarta-feira, 3 de maio de 2017
Alívio
E na calada da noite
No silêncio da madrugada
A garganta arranhada
Pedia alívio
Um carro passa
Um luz se apaga
Outras tantas acendem
O olho fecha
A boca engasga
Ainda tem teia
Um carro passa
O peito geme
O olho chora
A coberta abafa
O calor conforta
Os sem braços
E na rua o lastro
Da saudade
Demolida
Numa feira
Não vivida
Na cena não escrita
Na fantasia que não vinga
E amanhecia
Ela mentia
E ria
Como quem pária
A pátria adormecida
quinta-feira, 9 de março de 2017
A um amigo... Abismos
E caíras nas mesmas mentiras que já te destes.
E dormirá ao relento com teus sonhos despadaços.
Se te permiteres escutar, talvez a canção possa curá-lo. E com ela virão outras tantas que te elevarão a saída do abismo que te aprofundastes.
E diante do sol te estenderei o braço, te ensinarei a sobrevoar abismos.