quinta-feira, 7 de outubro de 2010

PONTES

Descobri que existem seres
Que não estão em seu "habitat"
E que os que estão jamais o deixarão
Descobri que existem pessoas que não estão em nenhum
Estas são as agregadoras

domingo, 22 de agosto de 2010

noite...

pensamentos vagos,
tortos,
distorcidos,
destemidos,
insônia coletiva,
ansiedade,
inquietude ...
em busca... busca de respostas significativas
pra o que está além de qualquer quarto....
insônia...anoiteceu...
ontem era dia e a palavra menos perdida,
virgem talvez... na noite ela vibra!
...o...sono escorre...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

CONTIDO

Engraçado te ver assim
De meio sorriso
Menino contido
Maroto perdido
Sério marido
Cadê o largo sorriso?
Só no olhar perdido
Pela mão em mão
Pedia ajuda
Pedia a infância
Ele me via e ria
Contido

quinta-feira, 8 de abril de 2010

TOLOS

 I
Do céu vem pedras
No chão há pedras
Paredes, muros, palavras...
Mãos..
Que venham as pedras...
Mas cuidado com o louco,
Este insiste em jogar flores,
Mais cuidado com o mago,
Tão perigoso quanto,
É alquimista,
Transforma flores em sementes
Mas recolham suas pedras
Quando cruzarem com os ingênuos,
Filhos de magos e loucos,
Estes geram frutos...
Não sejamos tolos,
Eles não acreditam em pedras...

 II
E estão cercados de bons e maus administradores
Que asseguram sua proteção,
Os bons enfrentam tempestades
Os maus deixam estragar uma colheita
Mas...
Filhos de loucos com magos, não se cansam de plantar,
Ingênuos, são na essência,
unicamente coração, por isso dão frutos, não pedras

 III
Lobos e leões
Os cercam,
Um vento forte surge,
Em silêncio se despedem os tolos
A tempestade se aproxima
O fruto vinga
Leões e lobos o devoram
O ingênuo?
Foi plantar em outra terra
Mais preparado
Mais próspera
Sem animais,
Ele aprendeu
A fazer a cerca.

 IV
E os tolos
Defendem-se através de palavras
Os ingênuos nada falam
Bastam em suas mãos os calos
Nas vestes sementes
Só o cego não vê,
Mas este tem o tato
Do discurso está fadado
Ele sente

 V
Num suspiro, aliviado (após tantas vozes)
O cego pede silêncio e questiona:
E tu ingênuo, o que tens a dizer?
Ele então responde: Pudera voltar acreditar no que um dia ouvi e abracei.
Mas? – pergunta o cego
- Não acredito em discursos!

 VI
Um silêncio toma conta
Do lugarejo
Os tolos se retiraram com suas pedras
Os animais desistiram de esbarrar na cerca do novo plantio
E o cego foi levado a casa
Pelo ingênuo

 VII
O povo se reune
O ingênuo não era ingênuo
Quem era este então?
Um louco responde: O cidadão!
Como ninguém acredita em loucos...
Pedras no louco...

 VIII
O cego ao ouvir o barulho,
Perguntou: O que jogam no louco?
Pedras – respondem
E o que ele joga? Flores
Por que cego? – pergunta algum tolo
Alcancem-me as flores, pois devo estar louco
Mas ninguém joga pedras num cego – insiste o tolo
Ele então responde: Prefiro as pedras à cegueira.
O tolo, então, pronuncia: Cuidado com o cidadão!!!
Este é altamente perigoso,
Acaba de dar ao cego,
A visão!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Inimigos


Cansei de ler
De tentar entender
O que parece certo
Ou errado
Existe?
Me diga
Há resposta?

Então não diga
Não fale nada
Deixe que me viro
E não despreze o meu caminho
Pois você pode se surpreender no final
Ou não....
Talvez você tenha razão
Talvez eu seja só mais um alguém
Um Zé ninguém
Nesse mundo vão
Que no fundo nem Zé nem “bé” é em vão
Ou seja,
Jamais me diga que sou inútil
Pois onde quer que eu esteja
Da forma que seu seja
Eu existo
E isso no mundo de alguns
Já faz diferença

Gostou?
Ta com medo?
Quem é você?
Apenas alguém no meu mundo?
Alguém que te escuta?
Que me engana...

Agora eu vejo você
E aqui estas chorando em lágrimas
Pois nada tens
E nem ninguém
Se não eu...
A quem culpa
Te escuta
E te perdoa

Dói?
Também dói algo em mim
Mas eu não sei explicar
Se foi só você quem criou
Não, não vou entrar no teu mundo depressivo
No teu limbo
Na tua vingança
Do teu desamor

Prefiro o Cristo de braços abertos sob a Guanabara
E como ele, meus braços estão
Se quiser um aconchego
Te consolo
Deite nos meus braços
Eu enxugarei as tuas lágrimas

E eu e tu, meu dito inimigo...
Estaremos livres..
De nós..