quarta-feira, 3 de maio de 2017

Alívio

E na calada da noite
No silêncio da madrugada
A garganta arranhada
Pedia alívio

Um carro passa
Um luz se apaga
Outras tantas acendem
O olho fecha
A boca engasga
Ainda tem teia

Um carro passa
O peito geme
O olho chora
A coberta abafa
O calor conforta
Os sem braços

E na rua o lastro
Da saudade
Demolida
Numa feira
Não vivida
Na cena não escrita
Na fantasia que não vinga
E amanhecia

Ela mentia
E ria
Como quem pária
A pátria adormecida

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