segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Trégua



Escrever sem ódio já foi permitido

Escrever com ódio já foi vivido

Com paixão, com amor, sem amor, sem paixão, desilusão.

Já cansei desse velho sentir

Olhar nostálgico e senil

Um brinde, logo é ano novo!

Sem mais ciscos,

Depois das gavetas,

Consigo ver

Esqueci de agradecer

O lápis e papel que tua ausência me presenteou

Sem mais dores, rancores, apenas aquele sorriso cúmplice

Você queria ajudar e ajudou,

Já posso dizer que o amor me tocou e passou

E o meu luto

Teve muito vinho tinto,

Caneta vermelha

Prometi todas vinganças

Derramei sangue em livros,

Fiz da música meu lugar de dormir,

Entrei para mar,

Virei seria,

Me esqueci de mim,

Só via conchas e dor,

Sambei o amor

Morri em cada rima,

Nenhuma alma sã

Entendeu,

Exceto eu

Já não acredito que mereças ler tal poesia

Enxergo os erros meus

E numa manhã quase cinza

A juventude imatura,

A dor que também provoquei

Te desafiei, eu sei

Super-heróis, eu vinguei

Do cinema mudo, ao teatro absurdo,

Suei, suamos e nos entregamos

Tua terra

Eu lua

Embriaguei-me de saudade

Acordei,

Nua, tua

Distante de mim,

Distante de nós,

Mas levantei,


Eu ainda era nós. 

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